A falta de desejo sexual é um fato mais comum do que se imagina. Para se ter uma idéia, ela acontece com 72% das mulheres brasileiras e geralmente começa após os 40 anos.
Segundo a ginecologista Carolina Carvalho, o principal motivo é a queda na produção de hormônios. “Existem dois hormônios que contribuem para a diminuição do desejo: a testosterona e o estrogênio”, explica Carolina, do ambulatório de Sexualidade no Climatério da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“A testosterona é o hormônio responsável pelo apetite sexual, enquanto o estrogênio, hormônio básico da mulher, quando em falta, causa secura vaginal e afeta o desejo”, continua a ginecologista.
Além dos hormônios, fatores psicológicos também contribuem para que o desejo diminua. “Algumas doenças psiquiátricas, como a depressão, impedem a motivação por sexo. Outros casos como dificuldade em unir amor com sexo na mesma pessoa, raivas entre o casal, culpas entre outros, também influenciam no desejo”, explica a psicóloga Mara Pusch, também da Unifesp.
Tratamentos
Os hormônios que a mulher deixa de produzir naturalmente podem ser recuperados de forma externa, através de remédios. No entanto, Carolina Carvalho, ginecologista, altera para as contra-indicações. “A reposição hormonal deve ser questionada para manutenção das características físicas femininas, como corpo arredondado e a voz”, explica, acrescentando que os hormônios podem provocar o ressecamento da pele e dos cabelos.
Outra forma de melhorar a vida sexual das mulheres é o uso de lubrificantes. “Como nessa fase a mulher fica com a vagina seca, é preciso o uso de algum tipo de lubrificante e também muita paciência, já que o desejo não é tanto”, indica a ginecologista.
Para a psicóloga Mara Pusch, é recomendável procurar um profissional especializado em sexualidade humana para fazer uma avaliação. “Em primeiro lugar, será necessário examinar se o problema não é orgânico. Depois, uma revisão será feita para ver se existe alguma medicação que possa ser usada para aliviar os sintomas. Em alguns casos, certas medicações podem ajudar muito”, explica.
Segundo a psicóloga, as opções de tratamento são variadas, considerando não somente os aspectos físicos, mas também biológicos e emocionais da mulher. “Além da medicação, também trabalhamos com palestras, sessões de psicoterapia (individual, de casal ou em grupo) e exercícios de fisioterapia”, esclarece.
Quando aparecem sintomas de tristeza, desânimo intenso, fadiga, irritabilidade, baixa auto-estima, é necessária uma orientação com psiquiatra, pois nesta fase, com as alterações hormonais, os Transtornos de Humor (Depressão) não são raros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário