1 de jun. de 2011

Uma Segunda Lua da Terra ?

Em 1846, Frederic Petit, diretor do observatório de Toulouse, anunciou que uma segunda lua da Terra tinha sido descoberta. Ela tinha sido vista por dois observadores, Lebon e Dassier, em Toulouse, e por um terceiro, Lariviere, em Artenac, durante as primeiras horas da noite de 21 de março de 1846. Petit descobriu que a órbita era elíptica, com um período de 2 horas, 44 minutos e 59 segundos, apogeu de 3570 km acima da superfície da Terra e perigeu de apenas 11,4 km (!) acima da superfície do planeta. Le Verrier, que estava entre os ouvintes de Petit, respondeu por entre dentes, em tom de resmungo, que se precisaria levar em consideração a resistência do ar -- coisa que ninguém estava em condições de fazer naquela época. Petit ficou obsecado com a idéia de uma pequena lua ao redor da Terra, responsável por algumas até então inexplicadas peculiaridades no movimento de nosso satélite natural. Os astrônomos, em geral, não deram atenção ao fato, e a idéia teria sido esquecida não fosse o fato de um jovem escritor francês, Júlio Verne, ter lido um breve resumo do trabalho de Petit. No romance de Verne, "Viagem da Terra à Lua", um pequeno objeto passa próximo à nave espacial do viajante, forçando-a a girar ao redor da Lua, ao invés de chocar-se com o satélite: "É um simples ", disse Barbicane -- "mas um meteorito enorme, capturado como satélite pela atração da Terra."

"Isso é possível?" -- perguntou Michel Ardan -- "a Terra ter duas luas?"

"Sim, meu amigo, ela tem duas luas, embora normalmente se acredite que ela tenha apenas uma. Mas essa segunda lua é tão pequena e sua velocidade é tão grande, que os habitantes da Terra não podem vê-la. Foi observando certos distúrbios em nossa lua que um astrônomo francês, Monsieur Petit, pode determinar a existência dessa segunda lua e calcular sua órbita. Segundo ele, uma revolução completa ao redor da Terra leva três horas e vinte minutos..."

"Todos os astrônomos admitem a existência dessa lua?" -- perguntou Nicholl.

"Não" -- respondeu Barbicane. "Mas se eles, como nós, a tivessem visto, não teriam dúvidas sobre ela... Mas isso nos possibilita determinar nossa posição no espaço... sua distância é conhecida, e estávamos, portanto, 7480 km acima da superfície do globo quando a encontramos."


Júlio Verne foi lido por milhões de pessoas, mas foi somente em 1942 que se observaram as discrepâncias no texto do escritor:

1. Um satélite a 7480 km da superfície da Terra teria um período de 4 horas e 48 minutos, não de 3 horas e 20 minutos.

2. Uma vez que o objeto foi visto da janela de onde o viajante não podia ter uma visão da Lua, enquanto ambos se aproximavam, ele devia estar em movimento retrógrado -- fato significativo que Verne não menciona em seu livro.

3. De qualquer modo, o satélite estaria em eclipse e, portanto, não seria visível. A cápsula não deixa a sombra da Terra senão muito mais tarde.

O Dr. R. S. Richardson, do Observatório de Monte Wilson, tentou, em 1952, fazer os dados se encaixarem. Admitiu ele uma órbita excêntrica para essa lua: perigeu a 5010 km e apogeu a 7480 km acima da superfície da Terra, excentricidade de 0,1784.

Mesmo assim, Júlio Verne tornou a segunda lua de Petit mundialmente conhecida. Astrônomos amadores logo viram aí a chance de se tornarem famosos: qualquer um que descobrisse essa segunda lua teria seu nome inscrito nos anais da ciência. O problema de uma segunda lua da Terra jamais mereceu a atenção dos grandes observatórios, e se tal atenção houve por parte de algum deles, nada foi divulgado. Alguns amadores alemães saíram a procura do que eles denominavam Kleinchen("pedacinho"). Naturalmente, eles nunca encontraram o seu Kleinchen..
W. H. Pickering dedicou-se ao aspecto teórico da questão: se o satélite gravitasse a uma altura de 320 km e seu diâmetro fosse de 3 metros, com o mesmo poder de reflexão da Lua, ele poderia ser visto com um telescópio de 3 polegadas. Um satélite de 3 metros seria um objeto de 5ª magnitude, visível a olho nú. Embora Pickering não procurasse o objeto de Petit, ele estava realmente atrás de uma segunda lua -- um satélite de nossa Lua ("On a photographic search for a satellite of the Moon", Popular Astronomy, 1903). O resultado foi negativo, e Pickering concluiu que qualquer satélite de nossa Lua devia ter um diâmetro inferior a 3 metros aproximadamente.

O artigo de Pickering sobre a possibilidade de uma pequena segunda lua da Terra, "Um Satélite Meteorítico", apareceu no Popular Astronomy, em 1922, causando vivo interesse entre os astrônomos amadores, uma vez que continha uma exigência virtual: "um telescópio de 3-5 polegadas, com uma ocular de baixa potência, seria o meio mais provável para encontrá-la. É uma oportunidade para os amadores." Mas, novamente, as buscas não deram em nada.

A idéia original era que o campo gravitacional da segunda lua deveria explicar os pequenos desvios no movimento de nosso satélite natural. Isso significava um objeto de pelo menos várias milhas de diâmetro -- mas, se uma segunda lua com tais dimensões realmente existisse, ela teria sido vista pelos babilônios. Mesmo que fosse demasiadamente pequena para ser vista na forma de disco, sua relativa proximidade a teria feito mover-se rapidamente e, portanto, a teria tornado visível, como é do conhecimento dos que observam satélites artificiais e até mesmo aviões. Por outro lado, ninguém estava muito interessado em luas pequenas demais para serem vistas.

Houve outras propostas de novos satélites naturais da Terra. Em 1898, o Dr. Georg Waltemath, de Hamburgo, declarou ter descoberto não apenas uma segunda lua, mas todo um sistema de luas anãs. Waltemath apresentou os elementos orbitais para uma dessas luas: distância de 1,03 milhões de km da Terra, diâmetro de 700 km, período orbital de 119 dias, período sinódico de 177 dias. "As vezes", diz Waltemath, "ela brilha à noite como o Sol", e imagina que essa luz foi vista na Groenlândia em 24 de outubro de 1881 por Greely, dez dias após o Sol ter-se posto, dando início ao inverno polar. Houve vivo interesse público quando Waltemath previu que a sua segunda lua passaria pelo disco solar no dia 2, 3 ou 4 de fevereiro de 1879. Em 4 de fevereiro, 12 pessoas, no correio de Greifswald (Herr Postdirektor Ziegel, membros de sua família e funcionários da repartição) observavam o Sol a olho nu, sem proteção contra a luz solar. Não é difícil imaginar uma cena um tanto cômica : um servidor público prussiano, de maneiras formais e refinadas, apontando em direção ao céu, da janela de seu escritório, enquanto, em voz alta, lê a previsão de Waltemath para um grupo de respeitáveis subordinados. Ao serem entrevistadas, essas testemunhas falaram de um objeto escuro, com 1/5 do diâmetro aparente do Sol, que cruzou o disco solar entre 1:10 e 2:10 (horário de Berlim). Mas logo verificou-se ter sido um engano, porque naquela mesma hora, o Sol estava sendo observado por dois experientes astrônomos, W.Winkler, em Jena, e o Barão Ivo Von Benko, de Pola, Áustria. Ambos declararam terem visto apenas algumas pequenas manchas solares comuns. O fracasso dessa e de outras previsões ocorridas posteriormente não desencorajaram Waltemath, que continuou a fazer previsões e a pedir comprovações. Os astrônomos da época ficavam freqüentemente muito irritados ao terem que responder a perguntas como: "E a propósito, o que você me diz sobre todas essas novas luas?". Mas os astrólogos tornaram-se populares. Em 1918, o astrólogo Sepharial chamou esta lua de Lilith. Ele considerava que ela era invisível a maior parte do tempo por ser escura, tornando-se visível somente próximo à oposição ou durante seu trânsito através do disco solar. Com base nas alegadas observações de Waltemath, Sepharial construiu uma carta astronômica de Lilith. Ele imaginava que Lilith tinha aproximadamente a mesma massa da Lua, evidentemente sem se dar conta de que um satélite assim, mesmo invisível, revelaria sua existência perturbando o movimento da Terra. "A lua negra", Lilith, é ainda usada por alguns astrólogos em seus horóscopos.

De tempos em tempos, outras "luas suplementares" foram anunciadas por observadores. A revista alemã de astronomia "Die Sterne" noticiou que um astrônomo alemão de nome W. Spill tinha observado uma segunda lua em trânsito através do disco de nosso satélite natural, em 24 de maio de 1926.

Por volta de 1950, quando os satélites artificiais começaram a ser discutidos com empolgação, as pessoas em geral acreditavam que tais satélites hipotéticos eram apenas estágios superiores de foguetes de múltiplos estágios, que não eram equipados com rádiotransmissores, mas eram rastreados por radar em terra. Em tais casos, um grupo de pequenos satélites naturais nas vizinhanças do planeta teria sido bastante perturbador, refletindo ondas de radar usadas para rastrear satélites artificiais. O método de investigação desses satélites naturais foi desenvolvido por Clyde Tombaugh: calcula-se o movimento de um satélite a, por exemplo, 5000 km de altura. A seguir, instala-se uma câmara fotográfica sobre uma plataforma para varrer o espaço precisamente naquela altitude. As estrelas, planetas, etc. aparecerão como linhas nas fotografias tiradas por essa câmara, enquanto que qualquer satélite, na altitude correta, aparecerão como pequenas manchas. Se o satélite estiver a uma altitude um pouco diferente, ele aparecerá como uma pequena linha.

As observações começaram em 1953, no Observatório de Lowell e, na verdade, invadiram um território virgem: com exceção dos alemães procurando seu "Kleinchen", ninguém antes havia prestado atenção ao espaço entre a Lua e a Terra! Por volta da primavera de 1954, "journals" semanais e jornais diários de grande reputação anunciaram que a busca tinha produzido seus primeiros frutos: um pequeno satélite natural a 700 km de altitude, um outro a 1000 km da Terra. Um general teria perguntado: "Ele tem certeza que são naturais?" Ninguém parece saber como essas notícias se originaram - as investigações foram completamente infrutíferas. Quando os primeiros satélites artificiais foram lançados em 1957 e 1958, as câmeras preferiram perseguir estes satélites.

O fato estranho, contudo, é que isso não significa que a Terra tenha somente um único satélite natural. Ela pode ter um satélite muito próximo por um curto período.Os meteoritos que passam pela Terra e deslizam através da camada atmosférica superior podem perder velocidade e entrar em órbita de satélite ao redor da Terra. Mas ao atingirem a camada atmosférica superior em cada perigeu, eles não duram muito tempo, talvez apenas uma ou duas, possivelmente 100 revoluções (cerca de 150 h). Há algumas indicações de que tais "planetas efêmeros" tenham sido vistos, e é até mesmo possível que o que os observadores de Petit efetivamente viram fosse uma dessas supostas luas.

Além dos satélites efêmeros, havia mais duas possibilidades. Uma era que a Lua tivesse seu próprio satélite -- mas, a despeito de várias buscas, nada foi encontrado (além disso, sabe-se agora que o campo gravitacional da Lua não é suficientemente regular para que a órbita de um satélite lunar seja estável -- qualquer satélite lunar, portanto, colidiria com a Lua após um período relativamente curto, alguns anos ou, possivelmente, uma década). A outra possibilidade era que poderia haver satélites troianos, Tais "satélites troianos", isto é, satélites secundários em órbita lunar, viajando 60 graus a frente ou atrás da Lua.

Tais "satélites troianos" foram observados pela primeira vez pelo astrônomo polonês Kordylewski, do observatório de Krakow. Ele começou sua busca em 1951, visualmente, com um bom telescópio. Ele esperava encontrar corpos razoavelmente grandes na órbita lunar, a 60 graus da Lua. A busca foi negativa, mas em 1956, seu compatriota e colega, Wilkowski, sugeriu que poderia haver muitos corpos pequenos, tão pequenos que não poderiam ser vistos isoladamente, mas em quantidade tal que apareceriam como uma nuvem de partículas de poeira. Em tais casos, sua visibilidade seria maior sem o uso do telescópio, isto é, a olho nu! O Dr. Kordylewski queria tentar. Uma noite escura e sem nuvens e a Lua abaixo do horizonte terrestre era o que bastava.

Em outubro de 1956, Kordylewski viu, pelo primeira vez, uma mancha muito brilhante em uma das duas posições. Não era pequena, subentendendo um ângulo de 2º (i.e. aprox. 4 vezes maior que a própria Lua), e sua luminosidade era muito fraca, cerca da metade do brilho do Gengenschein (uma mancha brilhante na luz zodiacal diretamente oposta ao Sol). Em março e abril de 1961, Kordylewski conseguiu fotografar duas nuvens perto das posições esperadas. Elas parecem variar em extensão, mas isso poderia ser causado pela variação de luminosidade. J. Roach detectou esses satélites-nuvens em 1975 com a sonda 6 do OSO (Orbiting Solar Observatory). Em 1990, eles foram fotografados novamente, desta vez pelo astrônomo polonês Winiarski, que descobriu que eles tinham alguns graus de diâmetro aparente, que se afastavam até 10 graus do ponto "troiano" e que eram um pouco mais vermelhos que a luz zodiacal.

Assim, a centenária busca de uma segunda lua da Terra parece ter tido êxito, afinal de contas, muito embora esta "segunda lua" terminasse sendo completamente diferente de tudo quando se poderia ter esperado. Elas são facilmente detectadas e mesmo diferençadas da luz zodiacal, particularmente do Gegenschein.

Mas as pessoas ainda estão propondo novos satélites naturais da Terra. Entre 1966 e 1969, John Bargby, cientista americano, alegou ter observado pelo menos dez pequenos satélites naturais da Terra, visíveis apenas através de um telescópio. Bargby descobriu órbitas elípticas para todos os objetos: excentricidade de 0,498, semi-eixo maior de 14065 km, resultando em perigeu e apogeu com alturas de 690 e 14.700 km. Bargby considerou-os como oriundos de um corpo maior que se fragmentou em dezembro de 1955. Ele baseou muito de sua argumentação a favor dos sugeridos satélites nas supostas perturbações de satélites artificiais. Bargby usou dados sobre satélites artificiais do Relatório de Situação do Satélite Goddard, sem se dar conta de que os valores indicados nessa publicação não passam de aproximações e, às vezes, estão totalmente errados, não podendo, portanto, ser usados para qualquer análise científica precisa. Além do mais, pode-se deduzir das próprias observações de Bagby que, ao atingirem seu perigeu, os hipotéticos satélites deveriam ser visíveis à magnitude 1, sendo, assim, observáveis a olho nu. No entanto, nunca foram vistos em tal condição.

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Avanços Científicos Graças a Segunda Guerra Mundial

Há sempre críticas em relação a Segunda Guerra Mundial, mas caso ela não houvesse ocorrido, como seriam as tecnologias de hoje? Talvez uns 10 anos, ou mais, atrasados com relação aos dias atuais. Tanto nas áreas de transporte e medicina quanto nas de energia, as quais tiveram seus avanços decorridos da Segunda Guerra.

Medicina

Um dos casos de morte mais comuns nas guerras são as infecções decorridas dos ferimentos no campo de batalha. Os médicos conseguiam conter os sangramentos e hemorragias mas, após isso, o paciente ficava à mercê da sorte, já que nada se podia fazer em relação às infecções. Esse quadro se inverteu em 1928, quando Alexander Fleming, um médico, saíra de férias e, por acaso, esquecera algumas placas com culturas de microrganismos em seu laboratório no Hospital St Mary em Londres. Quando voltou, reparou que uma das culturas de Staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor e, em volta das colônias deste, não havia mais bactérias. Então, Fleming e seu colega, Dr. Pryce, descobriram um fungo do gênero Penicillium e demonstraram que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito antibactericida: a penicilina. Sua utilização só ocorreu em 1943, quando os governos ficaram preocupados com o aumento das baixas decorrentes de infecções e resolveram aplicá-la. A penicilina salvou milhares de vidas de soldados dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Durante muito tempo, o capítulo que a penicilina abriu na história da Medicina parecia prometer o fim das doenças infecciosas de origem bacteriana como causa de mortalidade humana.

Aviação

A Segunda Guerra foi caracterizada por uma crescente produção de aviões e pelo rápido desenvolvimento dessa tecnologia. No começo da Segunda Guerra Mundial, os aviões de caça tinham velocidade máxima de até 480 km/h e podiam voar até um teto de 9 mil metros de altitude. No final da guerra, caças já voavam a 640 km/h, com muitos tendo tetos de 12 mil metros. Mas o principal avanço foi na área da aviação a jato. Os caças a jato, criados ao longo da guerra, podiam locomover-se ainda mais rapidamente, mas eles não foram usados até próximo ao final da guerra. O primeiro jato funcional foi o alemão Heinkel He 178. Essa tecnologia rapidamente foi adaptada para a aviação civil que permitiu que o transporte intercontinental fosse realizado com mais facilidade e menor tempo. Hoje, temos aviões que podem chegar a velocidades incríveis, nada disso seria possível se a corrida armamentista da Segunda Guerra não tivesse ocorrido.

Computador

Uma das invenções mais importantes da Segunda Guerra foi o computador. Ele era muito diferente das máquinas que temos hoje. Ocupavam salas inteiras e faziam somente cálculos para direcionamento balístico.
Mas enganam-se os que pensam que o primeiro computador foi desenvolvido pelos americanos. Ele foi feito em 1936 por Konrad Zuse (1910–1995), engenheiro alemão, que construiu a partir de relês que executavam os cálculos e dados lidos em fitas perfuradas, o Z1.
Zuse tentou vender o computador para o governo alemão, que desprezou a oferta, já que não poderia auxiliar no esforço de guerra. Os projetos de Zuse ficariam parados durante a guerra, dando a chance aos americanos de desenvolver seus computadores.

A Marinha Americana, em conjunto com a Universidade de Harvard, desenvolveu o computador Harvard Mark I, projetado pelo professor Howard Aiken, com base no calculador analítico de Babbage. O Mark I ocupava aproximadamente 120 m³ e conseguia multiplicar dois números de dez dígitos em três segundos. Simultaneamente e em segredo, o Exército Americano desenvolvia um projeto semelhante, chefiado pelos engenheiros J. Presper Eckert e John Mauchy, cujo resultado foi o primeiro computador a válvulas, o Eletronic Numeric Integrator And Calculator (ENIAC), capaz de fazer quinhentas multiplicações por segundo. Tendo sido projetado para calcular trajetórias balísticas, o ENIAC foi mantido em segredo pelo governo americano até o final da guerra, quando foi anunciado ao mundo.

Energia

Quando Albert Einstein criou a teoria da relatividade em 1921, ele pensava que sua descoberta serviria para o bem da humanidade. Mas, com a Segunda Guerra, sua teoria foi utilizada para outros fins: criar uma arma de destruição em massa.
Na madrugada do dia 16 de julho de 1945, ocorreu o primeiro teste nuclear da história, realizado no deserto de Alamogordo, Novo México, o chamado Trinity Test. Sua segunda utilização foi na cidade japonesa de Hiroshima e o terceiro, na cidade de Nagasaki. Essas explosões resultaram na morte imediata de 155.000 pessoas e de 110.000 pessoas nas semanas seguintes, em consequência dos efeitos da radioatividade. Além disso, suspeita-se que até hoje mais 400.000 morreram devido as efeitos de longo prazo da radioatividade.


Algo tão destrutivo, no final, acabou se tornando uma das fontes de energia mais utilizadas do mundo por sua alta capacidade de produzir energia.

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Pirâmides de Gizé

As Pirâmides de Gizé (ou Guiza, nome mais próximo do original - Gizé é um galicismo) ocupam a primeira posição na lista das sete maravilhas do mundo antigo.

A grande diferença das Pirâmides de Gizé em relação às outras maravilhas do mundo é que elas ainda persistem, resistindo ao tempo e às intempéries da natureza, encontrando-se em relativo bom estado e, por este motivo, não necessitam de historiadores ou poetas para serem conhecidas, já que podem ser vistas.

Existe um provérbio árabe que faz referência às Pirâmides:

"[O] Homem teme [o] Tempo, [e] ainda [o] tempo teme as Pirâmides".

A palavra pirâmide não provém da língua egípcia. Formou-se a partir do grego "pyra" (que quer dizer fogo, luz, símbolo} e "midos" (que significa medidas).

Finalidade

Estas três majestosas pirâmides foram construídas como tumbas reais para os reis Kufu (ou Quéops), Quéfren, e Menkaure (ou Miquerinos) - pai, filho e neto. A maior delas, com 160 m de altura (49 andares), é chamada Grande Pirâmide, e foi construída cerca de 2550 a.C. para Kufu, no auge do antigo reinado do Egito.

As pirâmides de Gizé são um dos monumentos mais famosos do mundo. Como todas as pirâmides, cada uma faz parte de um importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerário e as pirâmides menores das rainhas, todo cercado de túmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas do governo, uma autêntica cidade para os mortos. As valas aos pés das pirâmides continham botes desmontados: parte integral da vida no Nilo sendo considerados fundamentais na vida após a morte, porque os egípcios acreditavam que o defunto-rei navegaria pelo céu junto ao Rei-Sol. Apesar das complicadas medidas de segurança, como sistemas de bloqueio com pedregulhos e grades de granito, todas as pirâmides do Antigo Império foram profanadas e roubadas possivelmente antes de 2000 a.C.

A Grande Pirâmide, de 450 pés de altura, é a maior de todas as 80 pirâmides do Egito. Se a Grande Pirâmide estivesse na cidade de Nova Iorque por exemplo, ela poderia cobrir sete quarteirões. Todos os quatro lados são praticamente do mesmo comprimento, com uma exatidão não existente apenas por alguns centímetros. Isso mostra como os antigos egípcios estavam avançados na matemática e na engenharia, numa época em que muitos povos do mundo ainda eram caçadores e andarilhos. A Grande Pirâmide manteve-se como a mais alta estrutura feita pelo homem até a construção da Torre Eiffel, em 1900, 4.400 anos depois da construção da pirâmide.

Para os egípcios, a pirâmide representava os raios do Sol, brilhando em direção à Terra. Todas as pirâmides do Egito foram construídas na margem oeste do Nilo, na direção do sol poente. Os egípcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirâmide, ele se elevaria e se juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses.


Pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos
(da esquerda para a direita).

Um velho provérbio árabe ilustra isso: "O tempo ri para todas as coisas, mas as pirâmides riem do tempo".

Pouco se sabe a respeito do rei Kufu. As lendas dizem que ele era um tirano, fazendo de seu povo escravos para a realização do trabalho. É possível, porém que os egípcios comuns considerassem uma honra e um dever religioso trabalharem na Grande Pirâmide. Além disso, a maior parte do trabalho na pirâmide ocorreu durante os quatro meses do ano quando o rio Nilo estava inundado e não havia trabalho para ser feito nas fazendas. Alguns registros mostram que as pessoas que trabalharam nas pirâmides foram pagas com cerveja.[1][2]

Foram necessários 30.000 trabalhadores por mais de 20 anos[1] para construir a Grande Pirâmide. Foram usados mais de 2.000.000 de blocos de pedra, cada qual pesando em média duas toneladas e meia. Existem muitas idéias diferentes sobre o modo de construção daquela pirâmide. Muito provavelmente os pesados blocos eram colocados sobre trenós de madeira e arrastados sobre uma longa rampa. Enquanto a pirâmide ficava mais alta, a rampa ficava mais longa, para manter o nível de inclinação igual. Mas uma outra teoria é a de que uma rampa envolvia a pirâmide, como uma escada em espiral.

Existem três passagens dentro da Grande Pirâmide, levando às três câmaras. A maioria das pirâmides tem apenas uma câmara mortuária subterrânea, mas enquanto a pirâmide ia ficando cada vez mais alta, provavelmente Kufu mudou de idéia, duas vezes. Ele finalmente foi enterrado na Câmara do Rei, onde a pedra do lado de fora de seu caixão - chamado sarcófago - está hoje. (A câmara do meio foi chamada Câmara da Rainha, por acidente. A rainha foi enterrada numa pirâmide muito menor, ao lado da pirâmide de Kufu).

O paradeiro do corpo de Kufu é desconhecido, bem como os tesouros enterrados com ele. A pirâmide foi roubada há alguns milhares de anos. Todos os reis do Egito foram vítimas de ladrões de túmulos - exceto um, chamado Tutankhamon (ou Rei Tut Ankh Âmon'. Os tesouros de ouro da tumba de Tutankhamon foram descobertos em meio a riquíssimos tesouros por Lord Carnavon, em 1922.

Localização

As pirâmides de Gizé estão localizadas na cidade de Gizé, e integra o Cairo, no Egito. Elas são as únicas das antigas maravilhas ainda de pé. Embora de natureza mística, para a construção dessas pirâmides, usou-se uma série de conhecimentos de trigonometria voltados as dimensões da terra redonda e projeções celestiais. Se a meridiana, do ponto em que se encontram até a interseção do indico com o continente africano, fosse dividida em 6.666.666 unidades,cada unidade equivaleria ao metro padrão e todas a sexta parte da circunferência da terra redonda. Da mesma forma até a linha do equador se medido em unidades chinesas


Grande Pirâmide de Gizé
fotografia do século XIX

Construção

Começando por seu interior ela foi construída com blocos de pedra calcária, sendo que a camada externa das pirâmides foi revestida com uma camada protetora de pedras polidas e com um brilho distinto.

Era composta de 1,0 milhões de enormes blocos de calcário - estima-se que cada um pesa três toneladas.

Observa-se que o ângulo de inclinação de seus lados fizeram com que cada lado fosse orientado cuidadosamente pelos pontos cardeais.

Em todos os níveis da pirâmide a seção transversal horizontal é Triangular.

As teorias inventadas nos últimos séculos para explicar a construção das pirâmides sofrem todas de uma problema comum. O desconhecimento da ciência egípcia do Alto Império. Conhecimento este que foi recuperado apenas no final do século XX.

A teoria que melhor explica as construções das pirâmides sem encontrar contradições logísticas e sem invocar elementos extra-terrenos é a química, mas exatamente um ramo dela, a geopolimerização [3].Os blocos foram produzidos a partir de calcário dolomítico, facilmente agregado no local usando-se compostos muito comuns na época, como cal, salitre e areia. Toda a massa dos blocos foi transportada por homens carregando cestos da massa, posta a secar em moldes de madeira. O esforço humano neste caso seria muito menor e o assentamento do blocos perfeito.

Contra a teoria da geopolimerização pesa nomeadamente o fato de que os antigos egípcios especializaram-se na extração e transporte de enormes blocos de pedra, tais como obeliscos de granito que chegavam a pesar mais de 300 toneladas. Ainda hoje é possível ver-se, em uma pedreira abandonada, em Assuã, o famoso obelisco inacabado, com mais de mil toneladas de peso, que tem servido como fonte de informações das técnicas utilizadas na extração de blocos de granito.


Vista sobre a Grande Pirâmide de Gizé, Luigi Mayer,
aguarela sobre papel, meados da segunda
metade do século XVIII.


Pirâmide de Gizé, litografia publicada em 1846,
Biblioteca do Congresso americano.

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Pirâmide de Tepanapa maior pirâmide do mundo

A Pirâmide de Tepanapa, também conhecida como a Grande Pirâmide de Cholula, o maior monumento e simultâneamente a maior pirâmide em termos de volume do mundo segundo o Livro Guinness dos Recordes , situa-se no município de Cholula, estado de Puebla, México, distando sete quilômetros da cidade de Puebla. O seu volume total estima-se em 4.45 milhões de m3, cerca de 30 por cento maior que o da pirâmide de Quéops, no Egito (no entanto esta é mais alta).

Sua construção, realizada durante seis séculos, em diferentes épocas, ( 400 a.C - 200 d.C. ) no período pré-classico médio, remonta há mais de 2.000 anos. Entre os anos 700 - 800 d.C., ela foi abandonada por causas ainda hoje desconhecidas. Quando os espanhóis chegaram a Cholula, no século XVI, a pirâmide estava degradada, tendo perdido a cobertura de pedras. Sobre o adobe cresciam plantas e árvores; por esta razão ela foi confundida com um morro, confusão esta que permaneceu até o ano de 1930, quando os arqueólogos começaram a explorar o local para dirimir as dúvidas. Originalmente, era um local dedicado a Chiconahui Quiahuitl, deus da chuva. Na realidade, são quatro pirâmides sobrepostas, conforme constatado pelos arqueólogos que vêm realizando escavações no interior da construção. Desde a década de 1930, já foram escavados mais de 8 km de túneis, em vários níveis. Seu tamanho é impressionante: 65 metros de altura e 439 metros de base. É a maior pirâmide do mundo em volume e em extensão da base. Os cholultecas antigos a chamavam de tlachihualteptl, que quer dizer: "morro feito à mão" ou "montanha construída"; os moradores atuais a chamam também de "cerrito" (morro, morrinho). Em 1594, os espanhóis, seguindo a tradição de construir uma igreja sobre o local onde existisse qualquer templo de adoração, construiram a igreja da Virgen de los Remedios ou Nuestra Señora de los Remedios, no cume da pirâmide, onde, anteriormente, havia um templo dos nativos.

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A Hora da Morte

A dra. Louisa Rhine, pesquisadora do laboratório de parapsicologia da universidade de Duke, estudou vários casos de relógios que pararam de funcionar no momento da morte do seu dono. Num desses casos, um morador do Canadá relatou à dra. Rhine o que ocorreu em sua família; quando à morte do irmão de sua cunhada.

Quando o doente terminal morreu, às 6:24, ele telefonou para a família e para o médico, e em seguida preparou algo para que os visitantes pudessem comer. Além disso, era necessário ficar observando o relógio, porque a agência funerária chegaria às 9:30. Durante o café, um dos visitantes perguntou as horas, a cunhada do depoente consultou um relógio de bolso que lhe foi dado pelo seu irmão falecido; ao ver as horas, ela teve uma terrível surpresa: o relógio marcava exatamente a hora e os minutos em que seu irmão morrera.

Para ter certeza de que aquilo não era uma estranha coincidência, ela pediu ao seu outro irmão que desse corda, para saber se ele parara por falta desta. O relógio ainda tinha três quartos de corda.

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A Caveira de Cristal

Em 1927, o arqueólogo britânico F.A. Michell-Hedges descobriu uma fascinante peça do artesanato maia.

Trata-se de uma réplica perfeita de uma cabeça humana talhada em um bloco de cristal de quartzo.

O modo como os maias fizeram esse objeto é considerado um mistério.

Para isso, precisaram de várias gerações de artesãos com 300 anos de dedicação ao polimento de cristal.

A parte superios da boca atua como um prisma. Quando a caveira é iluminada por baixo, esse prisma projeta a luz para cima fazendo com que essa saia pelos olhos, dando um aspecto bem viváz à escultura.

A complexidade do desenho, assim como a do trabalho em geral, deu força à especulação de que a escultura teria sido feita com tecnologia extraterrestre.

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A Ilha Desaparecida de Atlântida

O debate sobre a existência da Atlântida é bem antigo . Desde os tempos do filósofo Grego Platão, a Atlântida com sua esplêndida civilização , chega aos dias atuais como um enigma que originou a publicação de inúmeros livros .

Teses de caráter geológico, arqueológico e outras tem servido para aguçar o espírito humano na busca da existência do enigmático continente. Irei tratar aqui destas teses , que poderão dar um caráter científico às nossas buscas.

De todas as lendas sobre povos e civilizações perdidas , a história de Atlântida parece ser aquela que mais interesse tem despertado.

A primeira referência escrita deste mito encontra-se nos relatos de Platão . Nos diálogos Timeu e Crítias é narrada a fascinante história da civilização localizada "para além das colunas de Hércules" . É descrita a existência desta ilha continental , bem como os detalhes históricos de seu povo , com sua organização social, política e religiosa , além de sua geografia e também da sua fatídica destruição.

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