1 de jun. de 2011

A dança do magnetismo terrestre, artigo de Marcelo Gleiser

Os pólos magnéticos da Terra passam por inversões: de vez em quando, o que é norte vira sul, e vice-versa

Marcelo Gleiser é professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "O Fim da Terra e do Céu". Artigo publicado na “Folha de SP”:

Em suas notas autobiográficas, Einstein conta como ele ganhou uma bússola de presente de seu pai quando tinha cinco anos: "Ainda me lembro ou acredito que me lembro que essa experiência causou um profundo efeito sobre mim. Algo de fundamental tinha de estar escondido por trás das coisas".

A bússola de Einstein, como qualquer outra, apontava para o norte, independentemente de onde estivesse: o metal da agulha tende a se alinhar com o campo magnético da Terra, que corre na direção norte-sul. Essa observação, tão óbvia quanto a volta do Sol a cada dia, que marinheiros e pássaros usam para se orientar em suas viagens, não tem nada de trivial.

O fato de a Terra ser um gigantesco ímã se deve a uma confluência de fatores, que só agora começam a ser entendidos. Dentre as descobertas relativamente recentes, a mais chocante é a de que os pólos magnéticos da Terra -quase alinhados com seus pólos geográficos (daí a utilidade da bússola)- passam por inversões: de vez em quando, o que é norte vira sul, e vice-versa. A questão é quando será a próxima.

A última inversão de polaridade ocorreu há 780 mil anos, bem mais tempo do que a média de 250 mil anos. Por alguma razão, os intervalos entre elas vêm encolhendo nos últimos 120 milhões de anos. Sabemos disso porque cada inversão deixa uma assinatura nas rochas magnéticas, suscetíveis a mudanças de orientação do magnetismo terrestre quando aquecidas.

Ao resfriarem, mantêm a nova orientação, reproduzindo no tempo a coreografia dos pólos magnéticos. Portanto, a próxima inversão está bem atrasada. Vivemos num período de relativa estabilidade que não durará para sempre. E os primeiros sinais estão já aparecendo.

Dados colhidos por satélites em 1980 e em 1999 mostram que ilhas de polaridade oposta no campo magnético terrestre estão crescendo. Imagine uma bola de futebol com o hemisfério sul pintado de azul e o norte de vermelho.

As medidas indicam que dentro da região vermelha existem manchas azuis, e vice-versa, e que essas manchas aumentaram nos últimos 20 anos. A suspeita é que elas sejam os precursores da próxima inversão. O campo magnético terrestre se reduziu em 10% desde 1830.

O centro da Terra é uma esfera de metal líquido, principalmente ferro, com volume seis vezes maior que o da Lua inteira. Devido à enorme pressão exercida pela crosta e pelo manto, 2 milhões de vezes maior no centro do que na superfície, a temperatura lá chega a 5.000 C, comparável à superfície do Sol.

Como em uma sopa, bolhas de metal mais quente e, portanto, menos denso, tendem a subir. Na subida, elas se resfriam e voltam a afundar. Esse processo, chamado de convecção, transporta calor do centro da Terra para a região entre o centro e o manto. O metal líquido conduz eletricidade.

Quando adicionamos a rotação da Terra, temos uma esfera de metal líquido e borbulhante girando, essencialmente um gerador elétrico, ou dínamo. Em geradores comuns, o que gira são fios metálicos que transportam corrente. Desse movimento nasce um campo magnético que varia ao longo do tempo. A Terra é um gigantesco dínamo.

Sua corrente muda ocasionalmente de direção, invertendo a polaridade de seu campo magnético.

Simulações em computadores e experimentos em laboratório têm ajudado no estudo das inversões. Um satélite internacional está tomando novas medidas. Mesmo assim, não podemos ainda prever quando a próxima irá ocorrer. No meio tempo, é bom ficar de olho nos pássaros e nas bússolas.

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Lugares inóspitos

Alguns lugares no planeta desafiam o homem, que precisa se adaptar ao ambiente se quiser sobreviver. Conheça os pontos mais secos, úmidos, quentes e frios da Terra e pense: você conseguiria viver sob tais condições?
Alguns lugares no planeta desafiam o homem, que precisa se adaptar ao ambiente se quiser sobreviver. Conheça os pontos mais secos, úmidos, quentes e frios da Terra e pense: você conseguiria viver sob tais condições?

Death Valley, EUA
É um dos pontos mais quentes do planeta (no verão, a temperatura média é de 37 ºC), o mais baixo do Hemisfério Norte, a 86 metros abaixo do nível do mar, e com precipitação média de 50 mm por ano. O desenvolvimento da Costa Oeste levou trabalhadores para o vale, mas as condições extremas os afugentaram, deixando para trás apenas cidades-fantasmas.
Cherrapunji, Índia
Além de sofrer com as monções, chuvas torrenciais que duram seis meses por ano, a cidade mais úmida do mundo fica a 1.290 metros de altitude, em um vale que recebe a chuva que bate na montanha. O solo não absorve a água, o que provoca enchentes, e o sistema de abastecimento é ineficaz durante o período de seca

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Casas muito exóticas

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O mistério da escada em caracol

O mistério da escada
Cidade de Santa Fé, estado do Novo México, Estados Unidos. Lá, um mistério que já dura 130 anos atrai fiéis e turistas. Destino: Capela Loretto.
Cerca de 250 mil visitantes por ano procuram a capela em busca de uma resposta. O que torna a capela diferente de todas as outras é que o personagem do suposto milagre ocorrido nela é uma escada.
"Pode ser que exista algo de milagroso, porque a escada foi construída em pouco tempo, com pouco equipamento", explica uma visitante.
Quando a capela ficou pronta, no fim do século 19, as freiras sentiram falta de uma escada que as levasse até o mezanino (coro). Elas passaram
dias rezando para São José, que era carpinteiro.
Um desconhecido bateu na porta da capela no último dia. Disse que era carpinteiro e que poderia dar conta da tarefa. Ele construiu, sem ajuda de ninguém, a escada que é considerada um prodígio de carpintaria:
ninguém sabe como ela ficou de pé. A escada não tem um suporte central.
Depois, o carpinteiro - que não usou prego nem cola para construir a escada - sumiu sem deixar vestígios. Nem esperou para receber o pagamento.
Uma lenda nasceu na cidade de Santa Fé, que passou a acreditar que o carpinteiro na verdade era São José, enviado por Deus para atender as súplicas das feiras.
Desde então, a escada passou a ser chamada de "milagrosa", e virou ponto de peregrinação e atração turística.
"Há três mistérios aqui.
O primeiro mistério é que não se sabe, até hoje, quem é o homem que construiu a escada, a portas fechadas.
Segundo mistério: arquitetos, engenheiros e cientistas dizem que não entendem como a escada se equilibra.
E o terceiro mistério: de onde veio a madeira? Já fizeram análises e não existe nada parecido em toda a região", explica o porta-voz da igreja
Um detalhe só reforçou a crença no suposto milagre: a escada tem 33 degraus, a idade de Cristo.
O caso nunca foi investigado pelo Vaticano, mas a lenda ganhou vida. A cada ano, cerca de 200 casais escolhem a capela - e a escada - como cenário de casamento.
Veja as fotos:




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O que aconteceria se a Terra parasse de girar ?


O movimento de rotação é fundamental para
a manutenção da vida na Terra.

O fim do movimento de rotação da Terra já foi tema de vários filmes e história de ficção científica. De fato, nem mesmo os cientistas sabem exatamente quais seriam as verdadeiras conseqüências disso para os seres vivos, no entanto, uma coisa é fato: seria uma catástrofe inimaginável. Para a maioria dos cientistas, o mais provável é que a vida na Terra seria extinta.

Para o professor Marcelo Knobel, do Instituto de Física da Unicamp, se a Terra parasse de girar, o planeta sofreria os efeitos da inércia, uma vez que sairia de uma velocidade de aproximadamente 900 km/h (em uma latitude de 45°) para zero. Desta forma, todas as construções sobre a superfície terrestre desabariam, além disso, fortíssimos terremotos sem igual assolariam a face da Terra.

Em médio e longo prazo, praticamente todos os ecossistemas seriam destruídos; provavelmente algumas espécies de regiões abissais poderiam sobreviver, já que têm a vida baseada na quimiossíntese. Essa destruição se daria pelo fato de que, nestas condições, o dia terreno passaria a durar um ano, metade dele com luz solar e a outra metade nas trevas, o que destruiria todos os seres vivos por calor ou frio extremo.

Por calor, pelo fato de que haveria uma evaporação intensa de água dos oceanos do lado dia, aumentando o efeito estufa, e, consequentemente, as temperaturas, que poderiam chegar a níveis exorbitantes. Por frio, pelo fato de que as correntes oceânicas do lado noite formariam camadas de gelo muito espessas, que não derreteriam nem se estivessem no lado dia, desencadeando uma eterna era glacial.

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Por que os pássaros geralmente não tomam choque em fios elétricos?


Um desequilíbrio pode ser fatal.

Curiosamente, os pássaros conseguem pousar sobre fios elétricos, encapados ou não, sem levar choque. Aparentemente causa grande espanto quando analisado, pois quando um fio desencapado é tocado libera grande descarga elétrica. Com os pássaros é diferente.

A distância entre as patas dos pássaros é bem curta, não é suficiente para gerar um potencial elétrico entre dois pontos (DDP). O choque, dessa forma, somente acontece quando a corrente elétrica entra por um determinado local e sai por outro, ou seja, fecha o ciclo da eletricidade que é a condução de energia. A eletricidade liberada no pássaro não lhe provocará uma descarga elétrica porque ele não estará encostado em nenhum objeto a não ser o fio, porém, se o pássaro desequilibrar e encostar-se a outro objeto, ele receberá a corrente elétrica.

Se uma pessoa, por descuido ou curiosidade, pegar um fio com as duas mãos para testar a distância geradora de potencial elétrico, com certeza levará um choque, pois a distância de um braço ao outro é o bastante para gerar o DDP.

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20 coisas que valem a pena saber sobre a cerveja


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